Menina-concha – parte 2

Olá!

Continuando o post anterior, vou mostrar um pouquinho como foi o processo de colorir a menina-concha.

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Os três layers sobrepostos: no fundo é a blocagem, depois silhueta e desenho.

A gente começa pelo desenho e faz um nova camada (layer) com uma nova silhueta, escolhendo uma cor média (ou seja, uma cor que, se sobrar um buraco quando colorir com as outras cores, não vai deixar seu desenho muito bizarro).Screen Shot 2015-07-03 at 9.28.51 AM

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As subdivisões tornam mais fácil escolher o método de pintura e a escolha das cores a serem utilizadas.

Tranca a parte transparente, para conseguir pintar só dentro da silhueta.

Agora, para realmente pintar, escolho uma parte/cor com a varinha mágica, vou para o layer de “volume”. Desta forma, apenas a área selecionada será pintada, sem ter layers demais ocupando toda a memória do computador.

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Apenas para mostras os layers. O “desenho” é onde está o traço final da menina-concha. O “volume” é onde vai ocorrer a pintura. A “silhueta repartida” é para subdividir o desenho para tornar mais fácil a pintura. A “silhueta” para poder fazer a “silhueta repartida”. Finalmente o “background” que são as cores de fundo.

Agora é uma boa hora para lembrar da blocagem para saber onde vão ficar as sombras:Screen Shot 2015-07-03 at 9.27.55 AM

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Esta parte é a mais demorada e foram essenciais as referências fotográficas: fotografias para usar de base para a escolha de cores e texturas. Peguei muitas imagens de caranguejo ermitão, conchas, roupa e cabelos embaixo d’água, e até guelras.

 

Observe que as sombras são praticamente as da blocagem, adaptando as cores para as cores finais do desenho. Terminado tudo, aproveitei para fazer umas correções de última hora por cima de todo o desenho.

Depois disso, resolvi adicionar um brilho extra. Nova camada, pintei de amarelo bem forte e tornei-a transparente depois, apenas para dar um toque a mais nas luzes do desenho.Screen Shot 2015-07-03 at 9.30.36 AM

O desenho da menina-concha está acabado, agora é só melhorar a apresentação. Sendo assim, jogo fora os layers que não vou mais utilizar (blocagem e desenho), vou fundir (merge) os layers do desenho (silhuetas, volume e brilho), restando apenas o desenho e o fundo.

Finalmente pinto o fundo com um degradê em azul e acrescento algumas pinceladas semitransparentes para passar um pouco mais a sensação de água. Screen Shot 2015-07-03 at 9.32.51 AM

Acrescento a sombra sob o desenho em uma nova camada (layer).Screen Shot 2015-07-03 at 9.32.58 AM

Uso uma ferramenta de ajuste de cores para todo o desenho, para aumentar a saturação e o contraste.   Screen Shot 2015-07-03 at 9.32.41 AMMais uma camada de pinceladas semitransparentes por cima de toda a imagem, para aumentar ainda mais a sensação de água, e está pronto!

Screen Shot 2015-07-03 at 9.33.07 AMFácil não foi. Contando desde o esboço, acho que leva bem uma semana de trabalho para o meu nível de habilidade.

Menina-concha – parte 1

Olá, Galera!

Só tenho posts relacionados com o curso de Photoshop por enquanto. Uma das aulas foi para desenhar e outra para pintar um personagem. Fui escolher um personagem que descartei para o mangá, a menina concha.

Lá vou eu para um longa narrativa de como ela apareceu…

Quando era pré-adolescente tinha alguma fixação bizarra por sereias, muito antes do Pequena Sereia da Disney. Talvez porque meus pais sempre foram muito para praia e o mar tem esse poder de fascinar a gente. É o mar que preenche toda a vista, que toma o horizonte, mar poderoso, invulnerável, calmo e violento, musical. Acho que a personalidade do Mizutani vem muito de tudo isso.

Mas o Aquilo que o Oceano traz apareceu muito depois; antes disso eram apenas esboços de pessoas híbridas com criaturas marinhas. Claro que comecei com sereias e “sereios” (tem gente que fala que masculino de sereia é tritão, mas não concordo muito; algum dia entro nessa discussão).

O primeiro que desenhei não era de nenhum peixe específico, apenas um homem-peixe qualquer. Depois comecei a pensar nos personagens e a buscar referências na internet. Pensei que cada personagem teria um pouco da personalidade da criatura marinha com a qual era híbrida. Foi bem difícil achar informações sobre personalidade/temperamento de peixes.

Rapidamente apareceram ideias de pessoa-arraia, pessoa-tartaruga, pessoa-concha. Acabei não usando nenhum destes… apesar de serem divertidos para desenhar, a estética fica meio bizarra. O homem-arraia eu ia usar e acabei descartando, talvez ainda apareça como figurante   😛 . O homem-tartaruga me lembrou demais dos guardas de um desenho que assisti uma centena de vezes quando era criança (Sun Ukun: Uproar in Heaven).

E foi assim que apareceu a menina-concha. Era um dos muitos rabiscos no meu primeiro caderno de rascunho. No início do ano, decidi usar o desenho para treinar o uso de copic, cheguei a passar o desenho em uma folha para nanquim (ver o desenho inacabado no post Novo curso, antigos projetos), mas não cheguei a terminar. Finalmente resolvi usar para o meu curso de Photoshop.

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1. Silhueta 2. Rascunho 3. Rascunho 4. Blocagem e sombra 5. Desenho

Digitalizei o desenho, fiz a silhueta por cima, com algumas adaptações.O correto seria começar pela silhueta. Do meu ponto de vista, se a silhueta consegue ter identidade, se comunica algo, então estamos no caminho de um bom desenho. Ao fazer a silhueta, percebi que seria mais interessante deixar o braço de trás mais afastado da concha, por exemplo; também aumentei o volume do cabelo.

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Próximo passo, esboço do desenho. Testei com patas e sem patas, mas achei que as patas davam um visual muito “pesado” e um pouco assustador demais para um desenho que eu queria que fosse mais meigo.

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Daí vem blocagem. A blocagem é separar o desenho em estruturas geométricas para facilitar pensar as sombras. Ajuda também a verificar se alguma parte está “mal conectada”, ou seja, se erramos a conexão de partes, se os volumes parecem proporcionais, etc.

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Ainda no desenho da blocagem, aproveitamos então fara fazer o estudo de luz e sombras. Aproveitando que demos alguma tridimensionalidade ao desenho, é hora de pensar a direção da luz e onde essa luz não alcança. Para facilitar, a maioria dos desenhos de iniciantes tem apenas um foco de luz principal, o que facilita um bocado.

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Finalmente, o desenho final. Tenho diversas críticas a respeito do meu desenho: o traço não tem variação de volume, deixando o desenho com um aspecto estagnado. A concha está com uma inclinação que faz com que ela perda a sensação de ser sólida. O braço e a mão sobre o pescoço parecem mal posicionados, como se estivessem colados ao corpo.

Depois de umas puxadas de orelha pelo professor na correção do primeiro desenho (posicionamento dos seios, movimento do cabelo e estudo de sombra da concha), busquei um bocado de referências de caranguejo ermitão e conchas em geral, assim como cabelo embaixo d’água. Algumas referências também foram relevantes para outros pequenos detalhes, como roupa embaixo d’água, brilho no rosto e guelras.

Finalmente a etapa de coloração. Num próximo post tentarei detalhar o processo todo.

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Abraço!

COPIC Colorless Blender

Comecei a testar o colorless blender. E não é nada do que eu pensava.

  •  não é fácil misturar cores com ela;
  • não dá para apagar perfeitamente erros com ela.

Então, o que ela faz?

  • ela funciona como uma borracha leve, diminuindo a cor no lugar em que você passar o colorless blender.
  • ou, se “pintar” com a blender e depois passar a cor, torna a coloração mais homogênea

IMPORTANTE: o efeito fica mais evidente quando ela secar!

Vamos aos exemplos.

Primeiro, mostrando que, quanto mais vezes você passa a colorless blender (copic 0), mais claro fica. Lembrando novamente que não vai ficar branco. Os números embaixo indicam quantas vezes foi passada a copic 0:

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1 – passei uma vez a copic 0. É difícil de saber onde é o traço; 2 – o traço com a copic 0 fica nítido; 5 – já é bem evidente a diferença entre onde tem e onde não tem copic 0; 6 – a minha impressão é que o contraste não passa muito disso, ou seja, não adianta passa 50 vezes a copic 0. Tem um limite do quanto é possível clarear com ela.

Sendo assim, penso que um dos usos mais divertidos da copic 0 é fazer desenhos ou manchas em lugares já pintados. Algo simples é esse O abaixo; feito com o O em uma única passagem da copic 0 lado marcador, depois passando várias vezes o lado pincel na lateral esquerda do traço:

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Apagando com a copic 0. Pintei mais um dos SDs, e fiz um traço a mais no caranguejo que tentarei “apagar”. O movimento deve ser sempre no sentido de fora para dentro:

Screen Shot 2014-10-24 at 4.03.25 PM   Screen Shot 2014-10-24 at 4.04.44 PM

Perceba que não fica branco. Passei muitas vezes, mas muitas vezes mesmo a colorless blender e esse foi o máximo que apagou.

Agora, tentar usar a color 0 como blend, ou seja, para diminuir o contraste entre duas cores, suavizando o efeito de degradê. Para isso, “pintei” dentro do círculo com a copic 0 e depois passei duas cores de verde para fazer o teste:

Screen Shot 2014-10-24 at 4.10.41 PM  

Talvez tenha que utilizar o papel especial da copic? Não vi diferença nenhuma…

Agora, um efeito divertido que eu estava louca para testar. Nadadeiras possuem uma coloração bastante inusual. Para tentar imitar o efeito, resolvi fazer traços coloridos na horizontal e passar a copic 0 na vertical:

Screen Shot 2014-10-24 at 4.07.21 PM   Screen Shot 2014-10-24 at 4.07.42 PM

Gostei bastante do resultado, certamente vou usar no futuro!

E assim terminou meu pequeno estudo sobre a colorless blend da copic. Até a próxima!

Screen Shot 2014-10-24 at 4.14.25 PM

O rabo dela ficou todo borrado e digo o porquê: primeiro usei a copic 0 para apagar um borradinho fora do rabo. Estava OK. Depois resolvi usar a copic 0 para deixar mais claro dentro do rabo. Ou seja, use a colorless blend com moderação!